Então,
A primeira vez que entrei no liceu eu tinha, sei lá, doze anos. Tinha ido fazer uma prova e achei a escola imensa, quase me perdi la dentro. Depois eu voltei lá pras Olicam’s da vida. Mas nunca o liceu foi tão importante pra mim como é agora.
Comecei a estudar no Liceu em 2009, um pouco decepcionada, não nego, pois queria ter ido pra EEEP. Porém, sabemos nós que Deus escreve certo por linhas tortas, e eu tinha que ir pro Liceu mesmo.
Quantas vezes eu chamei os alunos do Liceu de bombeiros, por causa da farda? E lá fui eu ser bombeira também, hehe.
Meu primeiro dia de aula... Eu estudava a tarde, no inesquecível 1º E, lembro que a gente foi pro auditório e que passaram uns vídeos sobre a própria escola e no fim chamaram um aluno veterano e um aluno novato pra falar da acolhida naquele ano. A novata fui eu. Quem chamou foi o professor Maurício, ele disse que eu falava, rs, que ele tinha me visto numa formação para grêmio estudantil e que eu devia falar. Nesse dia eu ainda não tinha a menor noção do espaço e do carinho que eu ia ter na/ pela escola.
Hoje eu gostaria, muito emocionada, de agradecer todo o espaço, toda a confiança e tudo o mais de positivo que foi depositado em mim nesses três anos. É com o coração partido que cai a ficha que, embora eu volte ao Liceu, mais nada será como antes. Vai ficar a saudade, e todas as lembranças vão ficar guardadas.
Terça, dia 10, eu tive as ultimas aulas regulares. Depois de me despedir da turma eu fui procurar os funcionários da escola, pra me despedir também. O Maurício tava apresentando o novo vigia pro pessoal da secretaria quando eu cheguei lá. Daí eu levei o primeiro baque:
- Essa é a Josi, esse é o Diogo (...) , e essa aqui é a Anannandy, nossa EX-ALUNA.
Eu não falei nada na hora, mas só eu sei o que senti. Passar três anos, todos os dias, convivendo com as mesmas pessoas, nos mesmos espaços, dá pra se acostumar. Criar raízes. Histórias. E de repente, bruscamente você já não faz mais parte de tudo isso. Ex aluna, não mais aluna.
Hoje mais cedo, na premiação do PIQUE, tudo correu bem até o momento que eu decidi me despedir das pessoas mais especiais... Nem falava muito, se não acabaria chorando, rs. E de professor em professor eu não segurei o choro depois de falar com o Paulo Clesson, que foi um paizão, e com o JR, depois de todas as doidices. Daí nem falei com todos que queria falar, eu gostaria muito de ter falado com a Nayara e com o Aníbal... mas eu não conseguiria falar sem chorar (como tou fazendo agora. Não é drama não, é que foram a minha família).
Percebi que os lugares são feitos de pessoas. Não adianta o lugar mais bonito do mundo se você tá sozinho, se você não compartilha nada com ninguém.
Por isso, eu quero agradecer a todos que ajudaram a Anannandy a ser o que é hoje. Cada experiência, cada riso, cada bronca, cada emoção, tudo isso me ajudou a ser quem sou hoje.
E não por ordem de importância, por que ela não existe, eu vou citar algumas das pessoas que estiveram comigo.
Navé – minha primeira professora de português no Liceu, me ensinou dois anos. Ela era muito atenciosa comigo, e não passava a mão na minha cabeça não! Ela foi a única professora que ameaçou me deixar fora de sala (risos) depois do intervalo... Discutia comigo por causa de trabalhos que atrasavam, e eu não tiro a razão dela, eu deveria ter sido mais responsável. Apesar da fisionomia séria, é uma pessoa engraçada, especial, do jeito dela.
Rosângela Rocha – Dói muuuuuuito o coração só de pensar na saudade que vai dar. Uma professora muito divertida, empenhada, amiga, companheira, responsável, mãezona, cuidadosa, cheia de histórias ótimas e que faz parte de mim já, por tudo o que passamos juntas. Cada feira de ciências... cada trabalho, aula de campo, cada dia passado no laboratório estudando, conversando, planejando, rindo (hehe), cada momento... Tia Rô não tem como ser esquecida, e eu a amo muito mesmo, amor de filha, por tudo o que ela me ensinou, tudo o que ela me disse, por todos os momentos em que ela me ouviu e me entendeu.
Luciana – Desde o Monsenhor ela me ensinou, ensinou matemática, física e biologia, né? É outra que se dedica, que cria, que envolve os alunos, que mobiliza... Sempre amiga, sempre que eu chego perto dela ela fala: “e aí, gata?”... Tá marcada...rsrs
Carlos Manuel – Me lembro que no 9º ano ele mandava fazer umas pesquisas enooooooormes e, quando eu ia receber meus trabalhos de volta, já esperava um textão enorme falando sobre o que eu escrevi. O professor sempre falava das qualidades minhas e dos meus trabalhos... teve um que eu até lembro que me emocionou muito, era um texto grandão, tá guardado ainda. Engraçado, mas sério na hora certa. Ironico também. Nunca vou esquecer as vezes que o vi cantando, kkk... Ter recebido o prêmio de aluna destaque do 3º Manhã das mãos do fessor Carlos foi de grande valia, tamanha a admiração que eu tenho por ele.
Nayara – Na minha primeira aula com ela eu não consegui ir com a cara dela, eu pensava, poxa, essa professora só pode ser muito boa mesmo, pra ser tão amada (eu tinha era ciúme de uma pessoa que gostava muito dela, haha). Mas a Nayara foi chegando e conquistando meu carinho. E teve tempo pra isso, dois anos, quase todos os dias de matemática, deu pra cativar. Lógico que como toda mulher, como toda pessoa, tem dias que tá de ótimo humor e dias que tá de mau humor, mas de qualquer forma, eu conheço poucos professores que prendem tanto a atenção dos alunos. As histórias, o futebol, cada um usa o que tem pra chamar a atenção. E ela consegue ser tão querida, e agora eu sei por que.
Bené – Me parece um ursinho, um outro que é engraçado e muito inteligente, crítico na medida certa, parceiro, atencioso... Aturou todas as vezes que eu pedia pra gente ter aula prática no laboratório, e toda aula tinha uma frase pra fazer a gente pensar, refletir sobre o significado dela e as implicâncias do nosso comportamento na nossa vida. Nosso querido Fahrenheit (?) as vezes tava com a garganta estragaaaaada, falava tão fiiiiino... E me chamava de NanAndy. Vai fazer falta.
Paulo Clesson – Foi com ele que tive bons papos cabeça. Muito, mas muito inteligente mesmo, esperto, piadista, amigo, cheio de preocupações... Quando eu tirei notas baixas em história ele chegou pra mim e perguntou o que havia. Hoje ele disse pra eu ter foco! Ele é atencioso, eu confio nele por tudo o que ele sabe e pela amizade que ele me despertou. Tudo o que ele me disse hoje ecoou no meu coração. É, agora não vai ter quem passe a mão na cabeça não, vai ser tudo novo e feito por mim. Eu vou vencer, tá bom? Dono dos óculos do Bob Esponja e de uma criatividade monstra.
Aníbal – Aníbal? Não, a Xuxa. (risos). Um que me conquistou pela história de vida. Toda aula que ele passava lições de moral, sermões mesmo, serviam muito pra mim voltar a ter os pés no chão. Falava de uma calça minha, que tinha arranhões, e perguntava: ahh, o gato andou te arranhando, né? Pense numa risada gostosa de se ouvir! Cheio de carinho e respeito, ele.
Adriana – uma professora competente, com um jeito cativante de dar aula e prender a atenção dos alunos, também. Muito ágil, mantinha o controle da sala sempre, procurava envolver a todos, e dava um jeito de contemplar a todos com sua atenção. Na primeira vez que eu a vi, ela me disse que eu tinha o cabelo bonito e que devia andar com ele solto, vejam só! Muito divertida, muito humana, muito mulher. Muito o carinho e respeito que tenho por ela.
Jeane – Eu gosto muito dela. Ela colocava o pessoal pra cantar. Poucos entendiam o que ela falava na aula, o que ela explicava (inglês, né?)... Como eu gosto da língua inglesa, pra mim foi fácil ser parceira dela. Com uma aula por semana é difícil falar muito, mas com certeza é uma ótima pessoa e uma ótima professora, profissionalmente falando.
Toinha, Luzielma e Wendel – Com uma aula por semana é complicado conhecer muito, mas eu dou valor =)
Eudivan – apesar do pouco tempo conosco, é bem recente, e conseguiu suprir boa parte do que nos faltava aprender em espanhol. Gostava de suas aulas, agora triste mesmo foi o Gazpacho, né? Um escritor *-*.
JR – Já o conhecia antes mesmo de ser meu professor. Coisas dos projetos, rs. Quando eu soube que ele seria meu professor fiquei muito feliz, pela fama que ele tinha. Na escola, depois que as aulas começaram, veio a decepção, aaaaa como eu não gostava das aulas de português. Muita exigência, e ao mesmo tempo muita brincadeira, sem contar os trabalhos que ele passava só pra mim. Aí veio Quixadá e veio o tempo, então pude conhecer mais essa personalidade, e hoje eu admiro muito o professor Junior, reconheço seus esforços, reconheço, pois sei que planos só não são suficientes, eles devem ser executados, e isso depreende energia. Energia que o JR tem. Não só tem como usa. Simples assim, =)
Lembrar também dos que convivi menos ainda ou que estão afastados, Gláucia, Pedro, Whelton, Osmaísa, Ronielly, Glauciane, Cristina, Mariana, Carla, Geralda,... Clívia, Elane, Maurício Lima, Raphael, Ida, Diogo, Josi, Bira, Tião, Tia Silvia, John Léo, Eliza, Fafáaaaa, sem contar o Adriano, o Doutor (risos) Oficial Clairton, a Jakcilene e o Maurício, que muitas vezes me ouviu, me aconselhou, me incentivou, e eu sei, ele também deve saber, o quanto eu sou grata, por tudo!
Se falta alguém, me desculpe. É que eu tenho uma certa facilidade em me emocionar, e emocionada não é muito fácil lembrar as coisas. Salve salve a com-vida, se precisar eu tenho e-mail e estaremos em contato.
É isso. Com carinho,
Anannandy (em 12/01/12)
Obs: A autora do lindo texto acima, o disponibilizou para postagem dia 13/02/2012. Obg princesa...liiiindo!!! Receba de todos nós que fazemos o Liceu de Camocim todo o carinho. Nossa escola está de portas abertas para você desde de sempre! Viu lá no topo da matéria em destaque: Nossa eterna Anannandy Cunha? É isso aí! Beiiijos no coração!!!!
Profª Gláucia Nogueira - LEI I
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