sexta-feira, 10 de outubro de 2008

E tem mais...

Em entrevista a ÉPOCA, o professor Wilson citou sete conselhos simples os adolescentes afiarem mente e aproveitar essa oportunidade única para deixá-la afiada por toda a vida.

Vá para cama cedo – Se você pensa que seus pais te perturbam para dormir cedo porque eles são chatos, saiba que a implicância pode ter fundamento científico. O sono é importante porque dormindo as células nervosas repetem os pensamentos do dia. Ao fazer isso, elas se modificam e transportam as informações para a área de armazenamento permanente no cérebro. É como se durante o sono o cérebro gravasse um CD com as informações adquiridas durante o dia. Se o sono for interrompido, é como se retirasse o CD no meio da gravação. Não é preciso lembrar que uma noite mal dormida atrapalha a concentração e a performance no dia seguinte. E já que os adolescentes precisam dormir de nove a 10 horas por dia, vá para cama cedo para não ficar dormindo durante as aulas de trigonometria ou química orgânica.

Comece a estudar alguns dias antes da prova – Pode parecer óbvio, mas este conselho não é apenas para você dar conta de repassar toda a matéria em vez de tentar ler todo o livro de biologia em apenas uma noite. Pense no cérebro como um músculo. Ele utiliza cerca de 20% da energia de nosso corpo e aumenta o fluxo de sangue quando é intensamente utilizado, como no caso dos estudos. Os cientistas acreditam que, assim como os músculos, o cérebro produza uma série de subprodutos metabólicos quando é exercitado por muito tempo. O cérebro cansa. E assim como os músculos, o excesso de exercício prolongado pode fazê-lo não funcionar adequadamente. Se você fizer uma maratona ininterrupta de estudos, o cérebro não irá descansar e se limpar destas substâncias. O resultado: apesar do seu esforço, as informações não irão se fixar na memória. O ideal é armazená-las progressivamente, daí o cérebro relaciona de forma a informação nova com a adquirida no dia anterior.

Alimente o cérebro – Já que nossos neurônicos consomem 20% da energia do corpo, você precisa de glicose para que ele não se esgote. Mas glicose não quer dizer açúcar. O cérebro precisa de “combustível de alta octanagem”. Para conseguir dar esse gás, o professor Wilson recomenda alimentos ricos em proteínas e carboidratos complexos. Ele cita os ovos, presentes no famoso café da manhã americano, iogurte, frutas, granola e pão integral.

Exercitar o corpo é exercitar a mente – Para o professor Wilson, exercitar-se é bom para a inteligência por diversos motivos. O exercício eleva a pressão sangüínea e permite que o sangue seja bombeado por todo o corpo, inclusive o cérebro, o que garante mais atenção e foco. O exercício também libera o corpo de tensões e ansiedades, e o estresse é responsável por perda de foco e dificuldade de concentração. O exercício também tem o terceiro benefício de propiciar o nascimento de novos neurônios.

Aprenda na adolescência o que quer que seja lembrado para o resto da vida – Não se sabe se por causa da química cerebral, ou pelo fato de tudo ser relativamente novo aos olhos do adolescente – e já está provado que a mente grava as primeiras experiências e impressões melhor do que as posteriores –, o adolescente tem uma facilidade maior para reter informações. Por isso a idade é apropriada para o aprendizado de línguas, de programas de computação, técnicas artísticas ou outras habilidades que serão levadas para toda a vida.

Use a capacidade de correr riscos - As partes do cérebro que levam o ser humano a experimentar e aceitar riscos é mais desenvolvida em adolescentes. Além disso, o sistema emocional dos adolescentes está se desenvolvendo mais rápido que o sistema intelectual. Isso explica o comportamento passional dos adolescentes. Controlar e usar esse gosto pelo desafio pode deixar o adolescente mais independente à medida que o gosto por tarefas e atividades complexas seja estimulado.

Aprenda o que você ama - Existe uma parte do cérebro chamada sistema de recompensa, que registra todas as sensações boas que acontecem com a pessoa. O organismo então sempre buscará experiências que proporcionem essa sensação boa. É o chamado sistema de recompensa, o mesmo que age quando uma pessoa se vicia em algo: ele sempre quer retornar àquele bem-estar. “Se você faz ou aprende algo que te interessa muito, essa coisa faz com que seu cérebro antecipe a recompensa, e isso proporciona a ele as ferramentas que precisa: foco, atenção e uma descarga de dopamina, substância estimulante do sistema nervoso central”, diz Wilson. A liberação de dopamina proporcionada pelo sentimento de satisfação faz com que a informação seja consolidada na memória. Como os seres humanos são animais complexos, as recompensas que o cérebro busca são mais que comida, água e sexo. Tendemos a buscar a euforia de um bom negócio realizado, a satisfação de uma boa performance profissional. O ponto é que se nos interessarmos por alguma atividade, a dedicação será maior, e essa reação apaixonada é ainda maior em adolescentes.
Fonte: www.revistaepoca.globo.com

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